Nos últimos anos a inclusão de pessoas com necessidades especiais vem se tornando uma tendência Mundial e tem sido um assunto discutido com muita freqüência e gerador de muita polêmica.
A declaração de Salamanca/1994 foi um dos principais marcos para que se reafirmasse o compromisso com a educação para todos, momento onde então as pessoas com necessidades educativas especiais passaram a ser consideradas cidadãos com direitos e deveres, pois veio proclamar a importância da Educação Inclusiva, e assim entendendo escolas devem buscar formas de educar os alunos com necessidades educativas especiais. Direitos garantidos como é versado na Constituição Federal/88 art. 205.
Nessa perspectiva, exigiu-se a necessidade de novos modelos de educação para o nosso século, e de acordo com Montoan (2007) a inclusão é um desafio a ser enfrentado pela escola, e para que os alunos com e sem deficiência exerçam o direito á educação em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender ás diferenças.
Torna-se importante salientar que qualquer procedimento pedagógico ou legal que não tenha como pressuposto o respeito à diferença e a valorização de todas as possibilidades da pessoa com deficiência, não é inclusão. Pois só é possível onde houver respeito à diferença e consequentemente a adoção de práticas pedagógicas que permitam as pessoas com NEE aprender e ter reconhecidos e valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir de acordo com suas potencialidades.
Algumas ações contribuem para a aceitação de alunos com necessidades especiais com baixa visão ou visão subnormal perante o ambiente escolar, dentre elas destacamos o incentivo a capacitação de recursos humanos envolvidos no processo educacional do aluno portador de visão subnormal, como a orientação continuada, fornecida pelo serviço oftalmológico, principalmente em situações que houver alterações visuais ou em relação ao uso de óculos, recursos ópticos ou recursos não ópticos; bem como o fornecimento de literatura especializada sobre a deficiência visual, enfatizando os aspectos relativos ao aluno portador de visão subnormal; e também cursos de curta duração.
Outra ação importante é o preparo do aluno portador de visão subnormal para a inclusão educacional e da família, através da orientação provida por serviço especializado em relação às possibilidades e necessidades visuais do aluno portador de visão subnormal, contemplando os aspectos clínicos e educacionais como o uso da melhor correção, utilização do resíduo visual, necessidade de indicação de recursos ópticos e não ópticos, bem como as adaptações de materiais e modificações ambientais.
Adaptações didáticas e metodológicas que possibilitam um bom desempenho aos alunos com necessidades especiais, respeitando as suas limitações tornam-se ações fundamentais no processo inclusivo escolar. Dentre elas destacamos a máquina braile em substituição ao caderno comum e materiais com pautas ampliadas, que podem ser providenciados pela escola ou pela família, assim como também são necessários lápis com grafites mais espessos, canetas de pontas porosas e pranchas de plano inclinado, para evitar a aproximação dos olhos sobre o caderno, má postura e dores no pescoço; além de auxílios ópticos, como lentes especiais dentre outras.
Algumas tecnologias assistivas também estão à disposição dos alunos com dificuldades visuais como alguns equipamentos com áudio para que possam substituir o material escrito, ou visual como, por exemplo, livros e /ou revistas, em tapes ou com leitores voluntários.
Equipamentos que realizam a leitura de material gráfico (código de barras ou escrita) que são computadorizados e automaticamente escaneiam o material impresso, reconhece e vocaliza sinteticamente o texto como o DOSVOX, como também interface oral com computadores.
Há outras ferramentas e equipamentos computacionais disponíveis, como as impressoras em braile, programas de computador para ampliar o tamanho do texto, ferramentas de busca acessível: Google (http://labs.google.com/accessible/), além dos sistemas operacionais que em geral já apresentam opções de acessibilidade incorporadas em suas funcionalidades como, por exemplo, as opções de acessibilidade do Windows XP para pessoas com deficiência visual.
Diante do o exposto, podemos perceber que o processo inclusivo requer bem mais que pareceres positivos, são necessárias ações reais, ou seja, trata-se de articular mecanismo de apoio e ações que permitam igualar as oportunidades de aprendizagem e de conhecimento para todos sempre visando e valorizando a diversidade.
Referências Bibliográficas:
BONOTTO, Lígia Beatriz. Visão Subnormal. Disponível em: http://www.oftalmopediatria.com.br. Acesso em: 04 de Dezembro de 2009 às 16:36
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Atendimento Educacional Especializado: Aspectos Legais e Orientações Pedagógicas. São Paulo: MEC/SEESP, 2007.
3 comentários:
Poxa seu blog está nota 10.Bjs!!!!!!!!!!!
Olá, sou mãe de um bebê com visão subnormal e minha preocupação é com sua inclusão na idade escolar. Fico feliz em saber que existem pessoas como voce empenhada nesse projeto. É bom saber que não estamos sozinhos lutando por isso. Deus abençoe voce
Olá, sou professora da sala de recursos multifuncionais da rede municipal da cidade de Ueraba e atendo dois alunos com baixa visão. Atualmente faço EAD em Atendimento Educacional Especializado na UNESP de Marília/SP. Minha monografia tem o tema: "Alunos com baixa visão/cegueira nas escolas de ensino regular". Adoro o que faço e gostaria de destacar a importância da comunicação aumentativa/alternativa como suporte das atividades significativas para os alunos com baixa visão.
Pessoas como você soma e muito nas expectativas das práticas inclusivas no ambiente escolar.
Abraços.
Professora Denise
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